A NPES promoveu no último dia 6 de agosto, no Senai Barueri, o Seminário NPES - Embalagem Impressa: o Futuro no Brasil. Com organização e realização de APS Feiras e ANconsulting, o evento reuniu mais de 150 empresários do segmento que puderam conferir os números da pesquisa Primir sobre o mercado de embalagem e vários painéis com especialistas transmitindo suas visões sobre o setor.

O evento começou com o representante da NPES no Brasil, Hamilton Terni, apresentando os objetivos do encontro e mostrando um vídeo feito por Ralph Nappi, presidente da NPES, que destacou a importância do Brasil para o mercado norte-americano e os estudos promovidos pela associação, como o Primir, entidade de pesquisa pertencente à NPES que promove estudos de mercado.

Outra atividade promovida pela NPES voltada aos mercados estrangeiros é o International Day, que acontece no dia 15 de setembro na Graph Expo (Chicago, EUA) e contará com a presença de Alexandre Keese representando a Afeigraf.

Estudo Primir

Hamilton Terni apresentou os principais dados da pesquisa "NPES/Primir: Embalagens em Mercados Emergentes". A tendência do mercado mundial de embalagens é avançar de 2007 a 2017 sua participação dentro do mercado de impressão de 36% para 43%. A América do Sul deve passar, no mesmo período, de 3,5% para 4,3% em participação no mercado global de impressão.

A pesquisa teve entre seus objetivos principais entender melhor os mercados emergentes (Brasil, Índia, China e México), verificar qual o fluxo de negócios externos dos países, além de identificar tendências e oportunidades. Foram entrevistadas 240 empresas gráficas convertedoras (60 delas do Brasil) e 82 marcas.

A previsão de crescimento do Brasil no mercado de embalagem entre 2013 e 2017 é de 5,73%, número impulsionado principalmente pelo aumento da classe média, o que traz uma mudança no comportamento de consumo. Por outro lado, problemas como falta de transparência e inflação podem impedir um maior crescimento. O consumo de embalagem per capita no Brasil em 2013 foi de US$ 30,77. Em fluxo comercial, foi possível registrar que a China é o maior parceiro comercial do Brasil. O país já é também o quarto maior mercado do México.

Outro ponto relevante notado nos resultados da pesquisa Primir foi a ordem dos fatores determinantes na produção de embalagens por parte dos donos de marca. No Brasil, o custo dos bens ficou à frente de qualidade e foi o item mais citado; logo após, vieram prazos de entrega, qualificação MDO, sustentabilidade e certificações.

Entre os diversos desafios do mercado de embalagens nos país emergentes, estão a diminuição da tiragem média, a busca por mão de obra qualificada, os prazos a cada dia menores para a conclusão dos trabalhos, a impressão com consistência de cores e repetibilidade, atender as normas internacionais de qualidade e a flutuação dos preços.

No Brasil, é possível ver em rótulos e etiquetas mercados em crescimento, como alimentos, bebidas, higiene e farmacêutico, com 10% da produção sendo exportada, principalmente para Venezuela, Argentina, Chile, Equador e Uruguai. Em embalagens flexíveis, há aumento em pouche alimentos, pet food e bebidas, com 12% da produção exportada, em especial para Venezuela, Argentina e Chile. Já em cartão, há crescimento em cosméticos, alimentos de luxo e farmacêutico, com taxa de 2% da produção exportada também para Venezuela, Argentina e Chile como países principais.

Painel Mercado de Embalagens de Cartão

O primeiro painel abordou o mercado de embalagens de cartão e foi composto por Sidney Anversa Victor da Congraf e Presidente da Abigraf SP e Flávio Marques Ferreira da Embalagens Santa Inês.

Sidney, que também é diretor do Grupo de Embalagens da Abigraf, falou sobre os desafios e oportunidades do setor, destacando a sustentabilidade e o lado social da embalagem. "O desenvolvimento de embalagens, como os combos que vemos no setor cosmético, traz mais valor ao produto pois atrai a atenção do público", comenta. Uma caixa atraente pode ser usada para ampliar o poder da publicidade do produto, fazendo um produto normal virar um item de luxo, o tornando mais lucrativo apenas com a embalagem bem pensada.

Flávio Ferreira abordou alguns números da economia brasileira e do mercado de embalagens, com valor bruto em 2014 estimado em R$ 55 bilhões e valor das exportações chegando a R$ 523 milhões. São 230 mil empregados no setor.

O representante da Embalagens Santa Inês mostrou números interessantes sobre alguns segmentos da embalagem, com projeções para 2015. O ramo alimentício é o que abocanha a maior fatia, mercado total com projeção de chegar a R$ 437 bilhões em 2015. Já o mercado de HPPC (Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos) deve alcançar R$ 102 bilhões em 2015, sendo o terceiro maior mercado cosmético do mundo. O Brasil é líder na venda de desodorantes, fragrâncias e protetor solar.

Outro segmento que usa a embalagem é o farmacêutico, mercado que deve chegar a R$ 43,1 bilhões este ano, o sexto maior do mundo. O de limpeza também é forte, chegando a R$ 18 milhões nas projeções para 2015, o quarto maior do mundo; é um mercado em que as embalagens conceituais possuem uma importância grande. "A embalagem tem papel fundamental na estratégia da marca", resume Flávio.

Painel Mercado de Embalagens Flexíveis

O segundo painel falou do mercado de embalagens flexíveis e contou com a presença de Miguel Troccoli, da PTC e presidente da AbFlexo, Ana Carina Marcussi, da Flexocom e vice-presidente da AbFlexo e Nelson Teruel, da Papéis Amália, Teruel Embalagens e ex-presidente da AbFlexo.

Foram apresentados os cenários da flexografia no Brasil. Nelson destacou que é preciso um trabalho conjunto entre fornecedores, convertedores e consumidores finais - end users - para superar as dificuldades encontradas na crise. "Precisamos buscar parcerias para encontrar e desenvolver alternativas e soluções, pensando na inovação, criação de valor e redução de custos", relatou.

Miguel Troccoli reforçou o poder da inovação para o crescimento e a visão de novas oportunidades para o segmento flexográfico, através da melhora de processos para a redução dos custos. Ana Marcussi mostrou a necessidade dos fatores sociais, ambientais e econômicos andarem juntos e concorda que o digital também pode ser usado como um complemento para a flexografia.

Painel Impressão Digital no Mercado de Rótulos e Embalagens

O último painel do dia teve como foco a impressão digital no mercado de rótulos e embalagens, com a presença de Hamilton Terni, da ANconsulting, Sergio Brusco da Escala 7 e Hélio Tunchel da Alphacolor, além de Paulo Faria e André Costa da HP.

Sergio contou sua experiência com a impressão digital e sua integração com o offset. Ele destacou o ganho de tempo e lucratividade que o digital trouxe para seu fluxo de trabalho. Hélio reforçou o assunto destacando a facilidade que o digital trouxe para ações como a produção e montagem de um mockup, facilidade de processo que colabora com o setor comercial e de marketing da empresa.

Ambos concordam que o digital vem para trabalhar junto com outros processos, usando cada possibilidade dependendo de qual trabalho será executado, visando sempre os fatores qualidade, tempo de execução e lucratividade. O digital, além de sua força de personalização, atualmente aceita uma vasta gama de substratos, o que potencializa seu uso.

Paulo Faria, gerente de segmento de Embalagem Cartão da HP, e André Costa, gerente de segmento Rótulos e Embalagens Flexíveis da HP, apresentaram uma série de cases com embalagens e rótulos ao redor do mundo reforçando a ideia de que estamos em uma mudança tecnológica e de conceitos, passando da produção em massa para a customização em massa, com oportunidades para a indústria de consumo usar a tecnologia para vender algo diferente.

O Seminário NPES - Embalagem Impressa: o Futuro no Brasil teve realização e organização da APS Feiras e ANconsulting, patrocínio de HP e Agfa e apoio da AbFlexo, Abigraf-SP, Afeigraf, ExpoPrint Latin America, ExpoPrint Digital e Senai.