Holy Grail: abordagem tecnológica para economia circular

O mundo está em constante busca por soluções que apresentem mais características amigas do meio ambiente. Substratos que sejam recicláveis e possam ser facilmente reciclados, fazendo parte de projetos de economia circular. Agora, uma nova tecnologia vem sendo desenvolvida para dar um gigantesco passo nesse sentido: o projeto Holy Grail.

Impulsionada pela AIM - European Brands Association e apoiada pela Alliance to End Plastic Waste, mais de 160 empresas e organizações de toda a cadeia de valor da embalagem uniram forças para a Digital Watermarks Initiative HolyGrail 2.0 com o ambicioso objetivo de avaliar se uma tecnologia digital pioneira pode permitem uma melhor classificação e taxas de reciclagem de maior qualidade para embalagens na União Europeia, impulsionando uma economia verdadeiramente circular.

O que seria o Holy Grail? Em resumo é simplesmente uma marca d'água. Mas, claro, é bem mais do que isso. Em primeiro lugar, é preciso dizer que o projeto Holy Grail é formado por um pool de empresas de todos os mercados: de e-commerce como Amazon, passando por marcas como Nestlé, Mondelez e Pepsico, indo para Tetra Pak, fornecedores de nosso mercado como Avery Dennison, MacDermid e Henkel, e até convertedoras como All4Labels.

Todos querem atingir metas ambiciosas globais de economia circular na embalagem, tais como eliminar plástico de uso único problemático ou desnecessário e, até 2030:

- 30% média de conteúdo reciclado por todas as garrafas de bebida

- 55% da embalagem de plástico a ser efetivamente reciclado

- 90% das garrafas de plástico de bebida sejam coletada para reciclagem

- 100% da embalagem plástica seja reutilizável, facilmente reciclável ou compostável

O grande objetivo do HolyGrail é provar a viabilidade das tecnologias de marca d'águas digitais para uma classificação precisa de cada produto em grande escala. Atualmente, estamos falando do HolyGrail 2.0, mas vamos começar pela primeira versão do projeto.

Holy Grail 1.0

O Holy Grail 1.0 foi facilitado pela Fundação Ellen MacArthur e reuniu de 2016 a 2019 toda a cadeia de valor citada: donos de marcas, varejistas, recicladores e fornecedores de tecnologia de classificação de embalagens.

Dentro deste projeto, foram investigadas diferentes iniciativas inovadoras para a melhoria da reciclagem pós-consumo, usando marcadores químicos e marcas d'água digitais para uma melhor classificação. As marcas d'água digitais foram consideradas a tecnologia mais promissora dentro do HolyGrail 1.0, reunindo apoio entre a grande maioria das partes interessadas.

A tecnologia foi vista com potencial para ser usada em outras áreas, como engajamento do consumidor e varejo, por meio da criação de embalagens inteligentes/inteligentes. No final do HolyGrail 1.0, uma prova de conceito básica para marcas d'água digitais em embalagens foi estabelecida e demonstrada em uma linha de classificação de teste. A fim de buscar essa inovação digital para cumprir as metas de sustentabilidade, a indústria de produtos de marca deseja desenvolver uma plataforma para levar essa iniciativa ao próximo estágio.

Holy Grail 2.0

A partir daí surge o projeto Holy Grail 2.0, feito em uma escala maior e industrial. Donos de marca e varejistas que forem participar vão modificar a arte/embalagem em relevo com marcas d'água digitais fornecidas pelos parceiros tecnológicos.

Os parceiros de tecnologia de triagem de embalagens vão adaptar uma instalação de triagem maior e trabalhar com os donos de marca e parceiros de tecnologia de marcas d'água digitais para validar/calibrar os processos necessários em uma instalação de triagem de teste apropriada em funcionamento no setor industrial escala. Em uma etapa subsequente, embalagens codificadas com marcas d'água digitais serão introduzidas em um mercado de teste nacional.

Como funciona o Holy Grail?

O Holy Grail é a inserção, ainda no design do projeto através de plugin em aplicativos como Photoshop e Illustrator, de um código imperceptível cobrindo a superfície de uma embalagem que seria a marca d'água.

Ela é capaz de carregar uma ampla gama de atributos (fabricante, SKU, tipo de plástico usado e composição para objetos multicamadas, alimentos vs. uso não alimentar). Essas informações vão fazer com que exista, através de um equipamento de análise, quando esta embalagem passar por uma estreia, a triagem precisa de resíduos de embalagens.

Este equipamento vai conseguir, com uma câmera de alta resolução na linha de triagem, detectar e decodificar os atributos - por exemplo se é embalagem de alimentos ou não, classificando a embalagem em seus fluxos correspondentes. Isso resultaria em fluxos de classificação melhores e mais precisos e, consequentemente, em reciclados de maior qualidade, beneficiando toda a cadeia de valor da embalagem.

Essa máquina utiliza uma espécie de "sopro de ar" para um lado ou para o outro dependendo do que vai ser separado. Nos testes até o momento, ele está alcançando na faixa de 99% de detecção correta do material e uma taxa de ejeção na faixa de 95%

O programa está trabalhando em planos detalhados para um programa piloto no mercado, onde os produtos com marcas d'água digitais estarão no mercado (disponíveis no varejo) e os consumidores participarão colocando esses itens em lixeiras para coleta e classificação. A beleza dessa tecnologia é que ela exige apenas que as pessoas levem suas embalagens recicláveis para a lixeira ou ponto de coleta. A partir daí, os classificadores estarão mais bem equipados para separar adequadamente a embalagem para reciclagem. Outros testes industriais serão executados ainda este ano (2023).

A marca d'água digital

Uma identidade digital é criada por meio da integração das marcas d'água Digimarc em obras de arte impressas ou substratos plásticos. A marca d'água consiste em dois componentes: um sinal de mensagem e um sinal de sincronização, que são combinados para criar um bloco de sinal.

- Sinal de mensagem: contém identificador numérico codificado de forma redundante, ou seja, código ou “carga útil”

- Sinal de Sincronização: nos informa a relação entre a câmera e o objeto, como distância, ângulo de inclinação ou rotação

- Bloco de Sinal: A união de ambos, replicado em todo o objeto com modulação sutil de arte/plástico existente

Isso é feito digitalmente em forma de mosaico usando os pixels da imagem, sem necessidade de preparação na pré-impressão, tintas especiais ou de qualquer processo de impressão adicional.

Eles são totalmente imperceptíveis na arte da embalagem, o consumidor não percebe que aquilo existe. Há testes sendo feitos para aplicação na moldagem e até na textura de produtos plásticos através de bolhas de ar. Todas as informações em: https://www.digitalwatermarks.eu/

Veja como funciona:

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