Antes considerada uma tecnologia inferior às existentes, a flexografia avançou enormemente neste século e hoje é a principal tecnologia para impressão de embalagens flexíveis e rótulos no mundo. Se você andar pelo supermercado, perceberá que muitos produtos já passaram a usar estas embalagens.
Vamos a exemplos? Na área de congelados, muitos deixaram as embalagens de papel e foram para o plástico flexível. O mesmo vale para embalagens de cereais, em alguns casos sabonetes e até as antigas “caixas de bombom” já estão em embalagens mais diferenciadas, facilitando transporte e buscando diminuir perdas.
Porém, mesmo sendo considerada um método “tradicional” quando comparada com a impressão digital, quem pensa que a flexografia é uma tecnologia “atrasada” está tremendamente enganado. É preciso entender que todo o processo produtivo já está plenamente adaptado ao que chamamos de Indústria 4.0: as máquinas são extremamente tecnológicas e automatizadas, conseguindo executar tiragens com alta velocidade, qualidade de reprodução e muita eficiência.
Com as demandas cada vez mais crescentes e rígidas por processos sustentáveis e impressão com as cores perfeitas por parte dos donos de marca, a indústria de conversão de embalagens e rótulos precisou se adaptar e buscar conceitos mais modernos. Hoje, o processo de preparação da chapa já é mais ágil e sustentável. O mesmo vale para a impressão, que busca a perfeição especialmente através de conceitos como a Gama Expandida, que consiste em imprimir mais de 90% da escala Pantone com apenas 7 cores.
Cada parte da flexografia está buscando ser mais eficiente. Quando pensamos em insumos, as tintas hoje são sustentáveis e conseguem fazer a cobertura com menos tinta aplicado no substrato, que por sua vez também é mais amigável ao meio ambiente e mais leve. Os fotopolímeros, lâminas, anilox e fitas também se adaptar a este novo pensamento produtivo e conseguiram gerar métodos que levam a eficiência com redução de desperdício e mais rápida troa de trabalhos, além de trabalhos de inspeção e acabamentos ágeis e precisos.
Time da ABFLEXO fala sobre o mercado
Para debater o panorama atual da flexografia, o podcast Ondas Impressas, que debate o mundo da impressão, com a jornalista Tânia Galluzzi e o consultor Hamilton Costa, recebeu o presidente da ABFLEXO/FTA-Brasil, Miguel Troccoli, e o vice-presidente técnico Rodrigo Duarte.
A ABFLEXO é a realizadora da ConverExpo Latin America 2022, a grande feira da indústria de conversão que acontecerá de 5 a 9 de abril em São Paulo. Faça sua credencial de visitante antecipada e gratuita aqui: www.expoprint.com.br/visitar.
O podcast lembrou números do importante Anuário da Indústria Flexográfica conduzido pela própria ABFLEXO. Os números indicam que, das empresas do setor flexográfico nacional, 68% são convertedoras e 32% são fornecedoras.
Em tamanho, 37% são de médio porte, 37% de pequeno porte, 23% grandes empresas e o restante micro empresas. As principais tecnologias são 38% da banda estreita, 24% de banda larga e 11% de conversão digital.
Entre os itens, destacam-se embalagem para ração animal, itens promocionais, embalagens para higiene e limpeza, embalagem para alimentos, além de rótulos e etiquetas sem suporte e autoadesivos. A ABFLEXO lembrou no podcast a necessidade de aumentar a Conferência Intercontinental de Flexografia de 2 para 3 dias por conta do alto interesse dos fornecedores em divulgar suas soluções, ou seja, um mercado sedento por informação.
Rodrigo Duarte lembrou que, na pandemia, o aumento na demanda por embalagem e a evolução da tecnologia fizeram com que as empresas se interessassem por compartilhar conteúdo. Ele também destacou a relevância do mercado brasileiro para os fornecedores de soluções, que estão de olho no poderio de consumo deste país.
Evolução tecnológica
Sobre a evolução da tecnologia, Miguel Troccoli destacou que nos últimos cinco anos houve um grande avanço na pré-impressão e isso melhorou muito os produtos finais. “Agora os convertedores estão conseguindo tirar o máximo do que a máquina já oferecia. Hoje temos um número considerável de empresas que não devem nada para qualquer empresa americana e europeia na parte da qualidade. Isso fez muitos produtos migrarem para a flexografia”.
Miguel também destacou que muitos produtos que eram só feitos em rotogravura foram para flexografia, em tiragens menores com qualidade melhor. Então trata-se de uma boa fase para a indústria flexo, e que vai seguir acelerando nos próximos anos.
Rodrigo falou da aproximação entre os players do setor, uma grande integração dos fornecedores. São fabricantes de chapas junto com fabricantes de tintas, lâminas, fitas, impressoras. Isso na ponta fez com que elevasse a indústria de flexografia.
Indústria 5.0
Sobre a temática da CIF, a Indústria 5.0, Rodrigo explicou que é um avanço da Indústria 4.0, esta baseada em conectividade e automação, mas com a 5.0 falando do papel humano neste processo. Ou seja, homem e máquina trabalhando juntos. Tem ligação direta com a Sociedade 5.0, em que o homem estará no centro das ações, e não as máquinas.
Miguel considera que o que vai realmente mudar é o mindset, mais focado no homem. Isso acontece rapidamente por conta das novas gerações, que são mais individuais, consomem mais e são extremamente seletivos. Isso força todos os donos de marca a prestar mais atenção neste consumidor, pois senão a mensagem será entregue de forma errada.
E onde a flexo entra? Hoje há muitas empresas que são mais diretas em suas embalagens, apresentando mensagens de sustentabilidade e os itens que constam em seus produtos. Essa seletividade vai criar mais SKUs diferentes, o que vai necessitar de mais automação.
Outro ponto citado foi a impressão híbrida, que coloca na flexo diferentes tecnologias, como serigrafia, hot-stamping e especialmente a impressão digital, tudo em uma única passada, diminuindo tempo de produção e troca de trabalho.
Sustentabilidade
Rodrigo vê uma ligação direta entre automação e economia verde pois as empresas conseguem reduzir ou até eliminar desperdício de matérias-primas e materiais processados, e esta redução de substrato, tinta e mais colaboram na conservação ambiental. A redução de erros humanos também colabora neste sentido, assim como a economia de energia com a maior automação.
Há ainda um discurso contra o plástico. O que se vê é um problema ainda no descarte do plástico, após ele chegar na residência, visto que o plástico ainda é muito benéfico para a conservação e transporte de muitos produtos. Mas também há muitas pesquisas para tentar diminuir a quantidade de plástico nas embalagens.
Você confere este podcast especial e todos os episódios do Ondas Impressas aqui: https://ondasimpressas.buzzsprout.com/
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24 al 28 de Março, 2026
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