Segundo dados anunciados pelo Departamento de Estudos Econômicos (Decon) da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf), a indústria gráfica nacional deverá encerrar o exercício de 2007 com crescimento próximo a 4,5%. No acumulado dos últimos 12 meses (out/2006 a set/2007), a receita de vendas do setor atingiu R$ 16,95 bilhões (US$ 9,58 bi).
A maior novidade ficou por conta da retomada dos investimentos. De janeiro a setembro de 2007, as importações de máquinas e equipamentos totalizaram US$ 1,05 bilhão, 150% acima dos US$ 419 milhões gastos no mesmo período de 2006. Os segmentos de impressão e flexografia somaram, respectivamente, US$ 445 milhões e US$ 233 milhões. “Um resultado semelhante só foi alcançado em 1997, quando os investimentos chegaram a US$ 1,4 bilhão. E poderemos alcançar este número até o final do ano”, destaca Mário César de Camargo, presidente da Abigraf Nacional.
O ano também foi positivo em relação ao mercado de trabalho. De janeiro a outubro foram criados 7.056 novos postos. Desta forma, o setor deve encerrar o ano com o contingente de aproximadamente 197.500 pessoas empregadas em 19.550 empresas. Em relação ao mesmo período do ano anterior, o crescimento foi de 3,2%.
Se por um lado, a valorização do real frente ao dólar permitiu a expansão dos investimentos, por outro, derrubou as exportações, prejudicando a balança comercial. Depois de atingir excelente resultado em 2006, com saldo positivo de US$ 64,46 milhões (contra US$ 4,23 milhões negativos em 2005), o setor gráfico registrou déficit em sua balança da ordem de US$ 10,21milhões no período de janeiro a outubro de 2007. Tal resultado foi causado pelo aumento de 47% nas importações de produtos gráficos, totalizando US$ 247,36 milhões. Enquanto isso, as exportações no período analisado cresceram apenas 1%, somando US$ 237,15 milhões.
Um ponto positivo foi a grande venda de embalagens ao mercado externo, que atingiu US$ 72,93 milhões no acumulado janeiro/outubro de 2007, superando as vendas de cadernos que totalizaram US$ 62,00 milhões no período em questão. Com relação à s importações, o segmento de livros foi o que mais contribuiu para o desempenho negativo da balança. No período analisado as compras externas do produto somaram US$ 103,29 milhões. Isso equivale a 42% de todas as importações do setor.
Para este ano, a expectativa do setor é a de dar continuidade no crescimento, com previsão de crescimento na ordem de 4% a 5,5% em 2008.